TRT23 22/11/2021 - Pág. 1662 - Judiciário - Tribunal Regional do Trabalho 23ª Região
3353/2021
Tribunal Regional do Trabalho da 23ª Região
Data da Disponibilização: Segunda-feira, 22 de Novembro de 2021
1662
normal; que a primeira posição na plataforma não é
para o abate degola e o abate normal ficou na parte de cima da
imediatamente na ponta e sim a cerca de 1,5 metro da ponta;
plataforma e também foi colocado ferro para proteção; (...); que no
que no dia do acidente, o autor saiu da primeira posição e foi
momento do acidente, não foi o primeiro boi marruco que
até a ponta da plataforma para realizar o serviço sem
passou pela nória;que a distância entre o início da plataforma
necessidade; que não sabe dizer após quanto tempo do
e a posição do autor era em média de 0,5m; que no dia e
atordoamento deve fazer a riscagem e sangria do boi; que a cada
momento do acidente, já tinha parado a degola; que quando
01h40min ocorrem pausas de 20min, sendo às 08h40min,
tem degola, o autor segurava a barbela do boi para o degolador
10h40min, 14h50min, sendo que o almoço é das 12h às 13h12min;
e por isso ficava na mesma posição do abate normal, sendo
que o acidente foi perto de uma das pausas, mas não sabe dizer o
que o autor deveria ficar na 1ª posição;que os outros bois
horário; que a CAT foi preenchida corretamente, inclusive
marrucos foram riscados pelo autor no mesmo local da
quanto ao horário do acidente; que o café passou a ser servido
plataforma; que quando o depoente tinha que cumular as funções
na pausa em março/2017; que o autor, depois do acidente, passou
de riscar e sangrar o boi utilizava facas diferentes;que os
a ser a função de afiador de faca; que o médico recomendou que o
empregados participam semestralmente de cursos para trabalho em
autor não deveria exercer atividade com a coluna; que não houve
plataforma; que a plataforma tinha em média de 2m de altura;
recomendação de tratamento após o retorno ao serviço, não
que, antes do acidente, a plataforma não tinha desnível; que assim
chegando ate a empresa a informação de que o autor deveria
que ocorreu o acidente, os empregados da empresa foram buscar o
realizar fisioterapia.” (grifos nosso).
autor de maca e levaram até a ambulatório e depois a ambulância
A testemunha José Elias Ribeiro Filho, convidada pelo autor,
levou para o hospital; que o autor, depois que voltou da licença, foi
declarou que:
trabalhar na limpeza de vermelhinho e depois voltou para a função
“(...); que trabalhou na ré de 2013 até 2019, no setor de abate, na
de amolar a faca, segurar a barbela do boi e riscar o boi, no setor de
função de sangrador; que quando o boi é atordoado o boi não é
abate; que fazia DDS, mas não era todos os dias.”
morto, mas fica zonzo até a sangria; que do momento em que o boi
A testemunha Edson de Souza Eufrásio, convida pelo autor,
é atordoado, o empregado tem 01min para fazer a sangria; que no
declarou que:
momento em que ocorreu o acidente, não estava no início da
“(...); que trabalha na ré desde 2014, na função de marreteiro,
pausa; que no momento do acidente, estava passando pela
sendo que nessa função atordoa o boi, por meio de uma pistola de
nória um boi marruco (muito grande), sendo que o autor, ao
ar; que assim que atordoa o boi, o animal não morre, mas fica
riscar o boi, foi atingido pela pata do animal e caiu da
zonzo; que depois de atordoado o boi, tem 01min para sangrar ou
plataforma;que o depoente ficou aguardando o boi chegar até
degolar o boi; que o depoente não viu o acidente, só viu
a sua posição e não se dirigiu ao início da plataforma, isso
quando o autor estava caída na parte de baixo de
porque não pode ir até o início da plataforma, pois é uma área
plataforma;que normalmente a função do autor era riscar a
perigosa/sem proteção; que a determinação da empresa era
barbela e quando não estava ocorrendo a degola, o autor ficava
que o empregado esperasse o boi chegar na posição e não se
na primeira posição da plataforma; que no momento do
dirigir ao início da plataforma; que no dia e momento do
acidente, não estava ocorrendo a degola, pois era boi
acidente, o autor estava riscando o gado e o depoente fazendo
grande/marruco; que a 1ª posição era bem na ponta da
a sangria do gado, sendo que em nenhum momento o depoente
plataforma e que, depois do acidente, rebaixou e aumentou a
cumulou as atividades de riscar e sangrar o boi; (...); que
plataforma, para tirar o empregado da 1ª posição da ponta da
confirma a dinâmica do acidente informada acima e
plataforma; (...); que no momento do acidente, não havia guarda
complementa que, com a pancada, o capacete do autor foi
-corpo, mas havia uma barra de ferro de 20cm de altura, não
rachado; que inicialmente tinha guarda-corpo na plataforma,
havendo o ferro da parte cima; que o guarda-corpo (ferro da
sendo que, como estragou, os guardas-corpo foram retirados e
parte cima) estava quebrado há muito tempo, sendo que, para
não foram instalados novamente; que na somente estava sem
não machucar os empregados, o mecânico serrou as pontas do
guarda-corpo na parte da plataforma em que o autor caiu; que o
ferro; que no momento do acidente, não estava na pausa ou
guarda-corpo estragou porque o boi vem em velocidade na
início da pausa, sendo que interrompeu o serviço para socorrer
carretilha, bate no guarda-corpo e quebra o equipamento; que após
o autor; (...); que no momento do acidente, a nória estava
o acidente, houve uma modificação na plataforma, instalando cintos
rodando normal;que a distância do início da plataforma até a
de segurança, sendo que uma parte da plataforma foi rebaixada
pia em que se encontrava do autor era de 0,5m;que o autor
Código para aferir autenticidade deste caderno: 174434