‘Entre os herdeiros diretos do pai, não havia problema’, diz advogado de enfermeira encontrada morta após viajar de Dublin ao RS
Uma das hipóteses consideradas pela polícia é a de que ela foi assassinada e motivação teria relação com uma herança que ela tinha para receber. Priscila Leonardi, de 40 anos, é gaúcha e residia na Irlanda. Ela viajou ao estado e desapareceu quando estava em Alegrete, na Fronteira Oeste.
Uma das linhas de investigação adotada pela Polícia Civil é a de que Priscila Leonardi, de 40 anos, que viajou de Dublin ao Rio Grande do Sul para passar as férias, tenha sido assassinada. O corpo dela foi localizado na quinta-feira (6) por um pescador às margens do Rio Ibirapuitã, em Alegrete, na Fronteira Oeste do estado.
O motivo do crime seria uma herança que ela teria para receber. O advogado Rafael Hundertmark, que representa a enfermeira, confirma que ela tinha desafetos na família.
”Ela tinha desentendimento com alguns parentes, mas, entre os herdeiros diretos do pai, não havia problema”, afirma o advogado.
De acordo com Rafael Hundertmark, Priscila tem uma irmã mais nova, por parte do pai, falecido em 2020. Após a morte, foi aberto um inventário para formalizar a divisão e tramitar a transferência dos bens.
“Os valores são médios, não se trata de milhões”, esclarece o advogado.
Priscila e a irmã não tinham contato. No entanto, segundo Rafael, a enfermeira fazia questão que o processo fosse transparente e contemplasse a caçula. “Em momento algum, ela teve ódio dessa irmã”, acrescenta.
Neste ano, Priscila entrou com outra ação contra um parente. Conforme o advogado, o processo se tratava de uma cobrança envolvendo a alienação de um imóvel que não foi paga, mas a ação ainda estava em fase inicial.
O corpo de Priscila será sepultado a partir das 14h desta sexta-feira (7) no Cemitério Municipal de Alegrete.
Investigação
O corpo de Priscila Leonardi foi levado pela polícia ao Posto Médico Legal (PML) de Alegrete, órgão responsável pelo exame de necropsia. Ele apresentava lesões possivelmente causadas por espancamento. A suspeita é de que a causa da morte tenha sido estrangulamento. Uma fita teria sido usada ao redor do pescoço da vítima.
A investigação policial aponta que Priscila morava e trabalhava em Dublin, na Irlanda, desde 2019, e viajou a Alegrete, cidade onde nasceu, para visitar parentes.
Ela chegou ao Brasil no dia 1º de junho e planejava ficar cerca de um mês no Rio Grande do Sul. Ela foi vista com vida pela última vez entrando em um carro preto, cujo motorista estaria prestando serviço de transporte por aplicativo, na noite de 19 de junho, após sair da casa de um primo no bairro Vila Nova. De lá, iria para a casa de uma prima, no bairro Cidade Alta, onde estava hospedada. A distância entre os dois locais é de cerca de 5 km.
A Polícia Civil começou a investigar o caso no dia 20 de junho, quando um primo e uma prima de Priscila registraram o desaparecimento dela em uma delegacia.