Lava Jato: Filho de ex-diretor de subsidiária da Petrobras é condenado a mais de 7 anos de prisão por lavagem de dinheiro
Decisão desta quinta-feira (29) aponta que o crime envolveu R$ 16,1 milhões em propina relacionada a contratos da estatal com a Odebrecht.
O filho de um ex-diretor da Petroquisa, subsidiária da Petrobras, foi condenado em um processo da Operação Lava Jato a 7 anos e 11 meses de prisão em regime fechado por lavagem de dinheiro. A decisão do juiz Luiz Antônio Bonat, da 13ª Vara da Justiça Federal de Curitiba, é desta quinta-feira (29). Cabe recurso.
Douglas Campos Pedroza de Souza também foi condenado a reparação de danos no valor mínimo de R$ 16,1 milhões e ao pagamento de 161 dias-multa. Pela sentença, cada dia equivale a dois salários mínimos vigentes em março de 2014.
Conforme a decisão, o filho de ex-diretor da Petroquisa cometeu o crime de lavagem de dinheiro 19 vezes em favor do pai, Djalma Rodrigues de Souza. Neste processo, apenas Douglas era réu.
A denúncia do Ministério Público Federal (MPF) apontou o recebimento dos R$ 16,1 milhões em transferências por meio de contas de offshores no exterior, entre dezembro de 2010 e março de 2014.
O dinheiro, segundo a decisão, teve origem em dois contratos da Odebrecht com a subsidiárias da Petrobras, investigados na 52ª fase da operação, deflagrada em junho de 2018. Pai e filho chegaram a ser presos temporariamente.
Os contratos de mais de R$ 1 bilhão cada foram assinados em 2008 e 2010 entre a construtora, a Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco (Citepe) e a Companhia Petroquímica de Pernambuco (Petroquímica Suape) para construção de plantas industriais.
A decisão indicou também que há provas dos crimes de lavagem de dinheiro, como depoimentos de colaboradores, pagamentos incluídos em sistema do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht e de recursos usados em empresas da família do condenado.
Ainda de acordo com a decisão, Douglas deverá continuar cumprindo medidas cautelares impostas a ele em 2018, como a proibição de deixar o país e de manter contato com outros investigados, salvo familiares.
O pai dele já foi condenado a mais de 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro em outro processo da Lava Jato envolvendo obras do Complexo Petroquímico de Suape. A sentença é de dezembro de 2018. Esse processo é oriundo da 46ª fase da operação.